segunda-feira, 3 de julho de 2017

# Fotógrafo Convidado do mês de Julho Jorge Monteiro #

Lágrimas. Foi uma final de lágrimas. Lágrimas demasiadamente salgadas de tristeza que se misturaram com inesquecíveis doces lágrimas de alegria. Lágrimas que se fundiram com as do nosso capitão, o capitão dos capitães. Naquele terrível momento, precoce, em que Payet lesiona Cristiano Ronaldo, tudo parou. O Mundo parou (sim, porque os 15 milhões de portugueses estão espalhados por todo o Mundo). O joelho esquerdo ficou muito mal tratado. Doeu-nos a todos. E ele, que é rijo, que é insuperável, que é determinado como ninguém, que é decisivo, que é marcante, que é solidário, que é líder por excelência, insistiu. Manteve-se em campo. Dez minutos depois as lágrimas que lhe jorravam pelo rosto previam o pior, mas nem assim cedeu, sim, porque ele não desiste nunca. Saiu apenas com a esperança de que aquela ligadura fizesse milagres. Mas não, não fez. E aos 25 minutos de jogo, já depois de, em evidentes dificuldades físicas, ter participado numa jogada em que Adrien rematou para fora, abandonou Saint-Denis de maca e em pranto. O Mundo desabava. Para ele, que tanto e tanto e tanto lutou por este momento, e para nós. As lágrimas amargas desse momento deram mais tarde lugar a lágrimas de uma imensa, profunda, inesquecível alegria. Porque Portugal foi o Portugal deste Europeu, foi o Portugal concebido por Fernando Santos, o crente, e a 11 minutos do final do prolongamento Éder, com um remate absolutamente imprevisível e espectacular, deu o primeiro título da história do futebol português. Épico, memorável. E 15 milhões voltaram a chorar, Cristiano Ronaldo incluído. Texto de Manuela Brandão














Jorge Monteiro Reportér Fotográfico Nascido no Porto, em 1972 começou a sua atividade em 1993 no Jornal desportivo “O Jogo" no qual se manteve durante 12 anos.  Em 2005 mudou-se  para a Gestifute Media onde se mantém até hoje.